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Sequencia Didática: Cantigas Populares


Sequencia Didática: Cantigas Populares 

Justificativa: 

 Houve um tempo em que as cantigas populares eram aprendidas com os amigos e os familiares, transmitidas oralmente dos mais velhos para os mais novos. Elas embalavam as brincadeiras das crianças, o trabalho dos adultos, as festas da comunidade. Hoje, principalmente nos grandes centros urbanos, a escola tem papel fundamental na preservação dessas canções. 
Elas fazem parte do nosso patrimônio grandes centros urbanos como a cidade de São Paulo, têm a oportunidade de aprendê-las. Por isso é tão importante cantar na escola. Por isso também as cantigas fazem parte do conteúdo aqui sugerido para o trabalho de leitura, de escrita e de comunicação oral desenvolvido junto aos alunos do 1º ano. Além do que, as canções tradicionais têm ritmo e muitas apresentam também rimas e repetições, recursos que facilitam a memorização do texto por parte dos alunos. E por serem facilmente memorizáveis, as cantigas são textos bastante adequados para trabalhar o sistema de escrita. Produto final: Um livro com as cantigas favoritas da turma, para ser levado para casa e para ser entregue a uma turma de uma EMEI vizinha. 
Objetivos: Escrever textos que eles sabem de memória e, assim, refletir sobre o sistema de escrita, colocar em jogo suas hipóteses, confrontá-las com as dos colegas. Participar de uma situação de escrita coletiva, colocando em ação procedimentos relacionados ao ato de escrever. 
Elaborar um livro sobre um assunto trabalhado em sala de aula. Apreciar e valorizar um dos elementos da cultura popular. O que se espera que os alunos aprendam: Uma variedade de cantigas, de cor, para que possam ler mesmo antes de ler convencionalmente. A utilizar informações disponíveis nos textos relacionadas à diagramação e outros recursos das cantigas para fazer antecipações e verificá-las. A escrever letras de algumas cantigas memorizadas e listas de títulos das músicas preferidas, de acordo com suas hipóteses, utilizando os conhecimentos disponíveis sobre o sistema de escrita. A ditar as cantigas para o professor ou para o colega, controlando o que deve e o que não deve ser registrado pelo escriba. A interagir nas situações de produção de textos em duplas ou em grupos. 
A preocupar-se com seus leitores tanto na escolha das cantigas para o livro como na forma de apresentação, ilustrações etc. Etapas previstas: Considere que serão necessários vários dias para sua execução. O ideal é que essa produção se estenda por mais de um mês e que o encaminhamento da elaboração dos textos que farão parte do livro varie de uma produção para outra (ditado para o professor seguido de cópia pelos alunos; escrita do aluno, em duplas ou grupos, textos reproduzidos com espaços para os alunos completarem o título; texto com o título para que os alunos escrevam a cantiga etc.). 
A intenção é que cada aluno tenha seu próprio registro escrito das cantigas do livro para que depois elas possam ser reunidas e compor o livro. É interessante que os alunos escolham quais cantigas farão parte do livro (em torno de seis a dez cantigas) e decidam o formato (pequeno ou grande, quadrado ou retangular etc.), o título do livro e outros aspectos como o índice, as ilustrações, o local onde irão os nomes deles etc. Você deve também definir com a turma o acabamento do livro: com as folhas grampeadas ou amarradas com um pedacinho de barbante; a capa com papel mais fino (sulfite) ou mais grosso (cartolina, papel-cartão); como será a ilustração da capa... Tudo isso pode ser decidido em função de uma entrevista, planejada e organizada, com as crianças que receberão o livro. Para a produção das ilustrações, é interessante observar as ilustrações de outros livros. Esse encaminhamento permitirá que os alunos tenham outros referenciais – além do seu próprio desenho – para criar as ilustrações do livro. Para tanto, disponibilize materiais variados: lápis de cor, caneta hidrocor, giz de cera e materiais para colagem (tecidos, papéis coloridos, palito de sorvete, pedacinhos de lã etc.). 
Quando a produção do livro terminar, organize um momento do lançamento do livro com a presença das crianças. As crianças deverão escolher algumas cantigas para cantar durante o evento. Além disso, os alunos poderão levar o livro de cantigas para casa e compartilhá-lo com os seus familiares. Se achar conveniente, organize um momento especial também para o lançamento do livro com a presença dos familiares, aproveitando a ocasião para os alunos realizarem uma apresentação das cantigas que dele fazem parte. Ao planejar atividades que envolvam cantigas populares, é importante considerar... As cantigas populares emocionam os alunos. Por isso, você deve cantar sempre e muitas vezes. Incorpore-as à sua rotina de trabalho e cante, muito e sempre. Cante nas atividades previamente programadas para essa finalidade. E também de forma espontânea, na sala de aula, no refeitório, durante o recreio. Ouvir outras pessoas cantando, ouvir as canções gravadas em um CD, ouvir a mesma música com diferentes arranjos, tudo isso contribui para o aprendizado das crianças. Se possível, podem-se até escutar versões de cantigas populares na forma instrumental, sem a parte cantada. Isso ajuda os alunos a ampliar o seu repertório de cantigas e, principalmente, proporciona uma intensa experiência com textos que fazem parte da nossa tradição. Enfim, emociona, além de favorecer a construção de conhecimentos sobre a língua escrita e o sistema de escrita. 
Você provavelmente vai trabalhar com muitas cantigas. Entretanto, é importante eleger um repertório de pelo menos dez cantigas com as quais os alunos trabalharão de forma mais intensa. A intenção é que eles memorizem essas cantigas e, em atividades pontuais de leitura e escrita, possam utilizar o conhecimento que já possuem sobre o conteúdo do texto para analisar a sua forma escrita.
Lembre-se de que é preciso garantir um certo tempo para essa memorização acontecer (na Atividade 2, de leitura de parlenda, apresentamos algumas orientações sobre o assunto). É possível, já em fevereiro, compartilhar com a turma quais serão essas cantigas e, eventualmente, até escolhê-las com os alunos, tendo como referência as cantigas que eles já conhecem e de que mais gostam. As cantigas populares são, atualmente, amplamente difundidas no meio editorial. Existem inúmeras publicações voltadas para esse assunto, e muitas delas também trazem CDs com o registro sonoro dessas cantigas. Leve para a sala de aula e deixe disponíveis para os alunos livros que explorem a letra de cantigas populares. 
Organize momentos de leitura desses livros, utilizando-os como suporte para cantar. Aprecie com a turma as ilustrações. Caso encontre variações na letra, comente com os alunos. Nesse tipo de material é comum encontrarmos informações sobre a origem da cantiga, a parte do Brasil (Estado ou região) em que ela é mais comum, as transformações que a letra de uma cantiga sofreu ao longo do tempo ou então as variações que ocorrem de uma região para outra, o modo como se dança, se brinca ou se canta essa ou aquela cantiga. Será uma boa oportunidade também para conversar sobre o que é um texto de tradição popular, que não tem autoria e é passado de uma geração a outra por meio da comunicação oral.
Quando a teoria ajuda a prática... Caso você desenvolva um trabalho de pesquisa mais amplo sobre as cantigas, outros tipos de texto poderão ser trabalhados com os alunos: lista de nomes de Estados, textos informativos sobre a origem das cantigas, texto instrucional sobre os passos que formam a dança de uma cantiga, entrevista com familiares, biografia de autores/estudiosos que se dedicam ao tema, a legenda do mapa político do Brasil etc. Podem-se também envolver conteúdos de outras áreas do currículo, como a História e Geografia. Organize espaços na sala de aula que possibilitem aos alunos encontrar as letras das cantigas e lê-las de forma espontânea. Além do cartaz com os títulos das cantigas, você pode montar um painel ou um varal com as letras dessas cantigas (amarrando um fio de uma parede a outra e pendurando as letras das cantigas com um pregador). Outra opção é elaborar um “álbum de cantigas”, ou seja, um caderno coletivo no qual as letras das cantigas são registradas (você pode digitar no computador as letras das cantigas e colá-las no álbum, escrever as cantigas à mão e/ou pedir que algum aluno as escreva. O ideal é diversificar e ter vários tipos de registro). Aos alunos cabe a tarefa final de ilustrar o álbum e, sempre que tiverem vontade, folhear, ler e se divertir com esse registro coletivo. Separe um caderno para que os alunos registrem as letras das cantigas e levem-nas para casa para cantar junto com os familiares, estudá-las etc. É um registro individual do trabalho. 
As cantigas poderão ser digitadas, mimeografadas ou então copiadas pelos alunos. Valorize esse registro, incentivando-os a ilustrar os textos e a consultá-los sempre que necessário. Aproveite o contexto desse trabalho para estreitar o vínculo com os familiares, envolvendo-os na pesquisa sobre as cantigas, além de convidá-los para a apresentação dos alunos – o “coral” indicado para o final do mês de maio. Caso um familiar saiba dançar uma cantiga, convide-o para “dar uma aula” para os alunos. No princípio do projeto envie um bilhete aos pais avisando-os sobre esse trabalho e também sobre como eles podem participar e contribuir para a aprendizagem de seus filhos. Lembre-se: ao longo desse trabalho, além das situações pontuais de leitura e escrita voltadas para a análise e a reflexão do sistema de escrita, seus alunos também vão ter a oportunidade de colocar em ação comportamentos leitores e escritores e de ampliar o conhecimento que já possuem sobre a linguagem literária. O ponto máximo desse processo será a elaboração e produção de um pequeno livro de cantigas. O que consultar? Livros Quem canta seus males espanta, volumes 1 e 2, publicado pela Editora Caramelo (acompanha o registro sonoro das cantigas em CD). O tesouro das cantigas para as crianças, volumes 1 e 2, de Ana Maria Machado, da Editora Nova Fronteira (acompanha o registro sonoro das cantigas em CD). “Coleção Ciranda e Cantigas”, organizada por Salatiel Silva, da Editora Ciranda Cultural (o CD que acompanha esta coleção de pequenos livros traz diversas cantigas de roda com arranjos diferentes: “Se essa rua” no ritmo de tango, “Sapo Jururu” na forma de rock etc.). A arte de brincar, de Adriana Friedmannn, publicado pela editora Scritta. CDs Cantigas de roda, de Sandra Peres e Paulo Tatit, lançado pelo selo Palavra Cantada. Pandalelê - Brinquedos cantados, de Eugenio Tadeu, lançado pelo selo Palavra Cantada. Na Internet www.cp.ufmg.br/pandalele - site de pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais. www.palavracantada.com.br - site do grupo Palavra Cantada. www.carnaxe.com.br - traz a letra de mais de cinqüenta cantigas. Aproveite para pesquisar na Internet outros sites que tragam informações sobre cantigas de roda. Você pode acessar um site de busca, como www.google.com.br, e digitar “cantigas de roda”, selecionar o item “páginas do Brasil” para agilizar a pesquisa e dar o comando “pesquisar”. Aparecerá uma longa lista de sites, atualizada, que você poderá consultar para buscar a letra completa de cantigas, informações históricas sobre elas, informações sobre a melodia, dicas de obras publicadas sobre o assunto e até projetos desenvolvidos em escolas com este tema.
Finalmente: do ponto de vista da comunicação oral, os alunos terão a oportunidade de aprimorar as suas competências para se expressar oralmente em uma situação mais formal, ou seja, em uma situação de “coral”, na qual é fundamental aprender a se expressar com ritmo, seguindo a melodia do texto, adequando à altura da voz. Se na sua escola tiver um professor, um funcionário ou até mesmo um aluno que saiba tocar violão ou flauta, e puder tocar para os alunos ou mesmo acompanhá-los na apresentação do coral, o trabalho com as cantigas contribuirá ainda mais para a formação musical de seus alunos. 

ATIVIDADE 1 – LEITURA COM O PROFESSOR Leitura de uma cantiga para ninar 

OBJETIVOS 
  • Conhecer e apreciar um texto que faz parte do repertório popular de nossa cultura, uma cantiga para ninar. 
  • Ler antes de saber ler convencionalmente. 
  • Acionar estratégias de leitura que permitam descobrir o que está escrito. 
  • Ler um texto procurando relacionar aquilo que está sendo lido em voz alta com as palavras escritas. 


PLANEJAMENTO 

Organização do Grupo: Alunos sentados nas carteiras, em duplas, voltados para a lousa e para o professor. 

Materiais necessários: A escrita da letra da cantiga na lousa, utilizando letra de imprensa maiúscula, cópia da letra da cantiga para cada um dos alunos – mimeografada, fotocopiada ou reproduzida no computador, cola, lápis de cor e/ou caneta hidro cor. 
Duração: cerca de 30 minutos.

ENCAMINHAMENTO 
  1. Ao planejar a atividade, selecione a cantiga com a qual irá trabalhar. 
  2. Sugerimos que seja uma cantiga curta, que possa ser mais facilmente reconhecida pelos alunos: “Boi da cara preta”. A indicação desta cantiga se justifica também pela rima das palavras preta/careta, que, como descrito na Atividade 2 deste bloco, proporcionará uma atividade de localização de palavras no texto. 
  3. Por outro lado, trata-se de uma cantiga de ninar, e esse aspecto poderá proporcionar uma conversa interessante com os alunos sobre as cantigas, os momentos nos quais se costuma cantar etc. Antes de iniciar a atividade de leitura com os alunos, escreva o texto na lousa. Mostre-lhes que o texto tem um título e que ele se encontra em destaque em relação ao restante do texto. 
  4. Antecipe uma informação importante: trata-se da letra de uma canção entoada para fazer as crianças dormir. 
  5. Em seguida, cante o texto em voz alta, sugerindo aos alunos que eles o acompanhem cantando. Ao final da atividade, distribua uma cópia do texto para que eles a colem no caderno e, em seguida, façam uma ilustração. 
  6. No desdobramento do trabalho, se essa for uma das cantigas a serem memorizadas pelos alunos, volte a cantá-la em outras ocasiões, propondo lhes uma consulta ao texto do caderno para ler a cantiga para os colegas, bem como ouvi-la em versões registradas em CDs ou fita cassete.

O QUE MAIS FAZER? 

Pesquisar junto aos familiares outras cantigas que também são entoadas para fazer as crianças dormir. Nesse contexto, é possível introduzir canções contemporâneas feitas com essa finalidade. Para tanto, será necessário elaborar um bilhete, o que poderá ser realizado de forma coletiva. Além das cantigas para ninar, que outras cantigas existem: cantigas para dançar, cantigas para brincar. Desenvolver uma pesquisa sobre esse assunto também contribui para o enriquecimento da atividade. Propor atividades semelhantes com outras cantigas, tais como “O sapo não lava o pé”, “A canoa virou”, “Caranguejo”, “Pirulito que bate, bate”, “Fui ao mercado”, entre outras tantas. Procure trabalhar com um repertório de cantigas mais comuns e, se achar pertinente, algumas cantigas menos conhecidas. Pode-se alternar o encaminhamento de receber o texto já reproduzido com a cópia do texto da lousa. Nesse caso, é importante selecionar, inicialmente, textos mais curtos para que a cópia não se torne uma tarefa cansativa para os alunos. Em tal contexto, a cópia adquire sentido especial, pois os alunos estarão copiando um texto para depois usufruir sua leitura com os familiares. 

ATIVIDADE 2– ESCRITA DO PROFESSOR Escrita da lista das cantigas conhecidas 

OBJETIVOS 
  • Participar de uma situação de escrita coletiva, começando a conhecer alguns procedimentos relacionados ao ato de escrever. 
  • Compartilhar com os colegas os seus conhecimentos sobre as cantigas tradicionais e também sobre a escrita das palavras que compõem os títulos de cada uma delas. 
  • Refletir sobre o sistema de escrita, colocando em jogo suas hipóteses e confrontando-as com as de seus colegas. 
  • Ampliar o conhecimento que já possuem sobre os nomes das letras e sua forma gráfica. 


PLANEJAMENTO 

Organização do grupo: Alunos sentados nas carteiras, em duplas. 

Materiais necessários: Lousa, giz, cartolina, caneta hidro cor. 

Duração: de 30 minutos à 1 hora (conforme o conhecimento dos alunos sobre as cantigas). 

ENCAMINHAMENTO 

  1. Ao planejar a atividade, decida se irá escrever os títulos das cantigas que os alunos ditarem na lousa ou na cartolina. Na lousa é mais interessante, pois pode-se apagar o texto quantas vezes for necessário e, ao final, passá-lo a limpo em um outro suporte, o cartaz, por exemplo. 
  2. Lembre-se de que nem todas as cantigas populares têm título. Quando isso acontece, geralmente é o primeiro verso da canção que cumpre este papel. Antes de iniciar a atividade de leitura, retome com a turma as cantigas que eles já conhecem. Cante com eles essas cantigas e faça dessa conversa inicial um momento agradável de socialização dos conhecimentos que os alunos já possuem sobre esse tipo de texto. 
  3. Combine que vocês farão um registro dos títulos dessas canções. 
  4. Durante a atividade, peça que os alunos ditem os “nomes” (títulos) das cantigas que conhecem. Escreva um título logo abaixo do outro, utilizando letra de imprensa maiúscula. 
  5. Reflita em voz alta sobre a escrita desses títulos: a quantidade de palavras com as quais são compostos, qual é a letra inicial dessas palavras, se há palavras que se escrevem com as mesmas letras etc. 
  6. Faça perguntas para o grupo, transformando o momento e escrita em um momento de análise e reflexão sobre a língua. Ao final da atividade, passe a limpo a lista dos títulos em um cartaz (caso os tenha escrito na lousa). Decida onde afixá-lo e volte a retomá-lo sempre que necessário. 


ATIVIDADE 3 – ESCRITA DO ALUNO Produção de uma nova versão para uma cantiga 

OBJETIVOS 
  • Conhecer e apreciar um texto que faz parte do repertório popular de nossa cultura. 
  • Refletir sobre o sistema de escrita, confrontando suas hipóteses com as dos colegas. 
  • Ler um texto procurando relacionar aquilo que está sendo lido em voz alta com as palavras escritas. 
  • Criar uma nova versão para um texto memorizado. 


PLANEJAMENTO 

Organização do grupo: Alunos sentados nas carteiras, voltados para a lousa e para o professor no momento de leitura da cantiga. 

Organização da classe: Em grupos na hora de escrever. 

Materiais necessários: Lousa, giz, lápis, borracha, folha avulsa e/ou caderno e uma cópia da cantiga para cada aluno (veja modelo na seqüência). 

Duração: cerca de 1 hora. 

ENCAMINHAMENTO 
  1. Ao planejar a atividade, considere que o trabalho com textos memorizados não se restringe apenas às atividades de escrita do professor. 
  2. Existem inúmeras possibilidades. 
  3. Na atividade anterior, destacamos o trabalho de análise sonora do texto, associado à reflexão sobre a relação entre o falado e o escrito. 
  4. Nesta atividade, a proposta é criar uma nova versão para um texto conhecido. A primeira proposta de criação é bastante simples: a incorporação de nomes de pessoas à cantiga “A canoa virou”. 
  5. No desdobramento dessa atividade, os alunos terão a oportunidade de criar versões mais elaboradas, inventando trechos maiores e também reunindo palavras que rimam, binômios (duplas de palavras) divertidos etc. Antes de propor a atividade, é fundamental que os alunos conheçam a cantiga de cor. 
  6. Escreva o texto na lousa, com o nome de um aluno. Sugira a leitura cantada do texto, de forma coletiva (utilize uma régua para apontar os trechos do texto escrito para que os alunos possam localizá-los durante a leitura). 
  7. Depois, apague o nome e insira o nome de outro aluno. Pergunte ao grupo: o que muda na cantiga? Durante a atividade, chame a atenção da turma para os artigos “o” e “a” que antecedem o nome da pessoa, na primeira estrofe da cantiga. Por que essa palavra muda conforme o nome da pessoa? 
  8. Discuta com a turma essa questão. Insira outros nomes e pergunte aos alunos o que muda no texto quando se troca o nome da pessoa: há partes que continuam iguais? Será que na hora de escrever muda muita coisa ou não? 
  9. Lembre-se de que essa reflexão permite que os alunos observem que, sempre que se repete um mesmo trecho da canção, as palavras são escritas do mesmo modo. Ao término da atividade de leitura coletiva, distribua a cópia da cantiga para os alunos e peça-lhes que criem uma nova versão, introduzindo os nomes de outras pessoas. 
  10. Quando os alunos terminarem, convide alguns para ler o texto em voz alta e compartilhar a sua versão com as dos colegas. 


O QUE MAIS FAZER? 

Os alunos podem colar a sua versão no caderno e levar o texto para ser ilustrado em casa. Com os familiares, eles certamente criarão novas versões para esse mesmo texto. Propor a produção de novas versões para cantigas conhecidas, que os alunos já sabem de cor, aumentando o desafio de criação e também de escrita. Sugerimos: “Eu era assim” (veja letra na seqüência). Essa é uma cantiga para brincar. Ao cantá-la, a graça é imitar por meio de gestos aquilo que está sendo mencionado em cada estrofe. São inúmeras as possibilidades de exploração do texto. Afinal, a partir da matriz dessa canção, os alunos podem: 1. escrever o texto da perspectiva de um menino (mudando apenas o gênero de algumas palavras: menina / menino, mocinha / mocinho, casada / casado etc.) e também refletir sobre as palavras que deverão ser trocadas em função dessa mudança: mamãe / papai etc.; 2. Sublinhar no texto o que não vai mudar na hora de escrever uma nova versão; 3. Copiar o texto escrevendo somente os trechos que não vão ser alterados (montando, assim, a máscara da nova versão; outra opção é entregar a cópia pronta, mas perde-se a oportunidade de trabalhar a escrita); 4. Criar versões relacionadas a outros campos semânticos, como as profissões (motorista, soldado, professor, médico etc.). Nesse contexto, os alunos poderão também, em grupos, discutir quais gestos deverão ser feitos na hora de brincar. “A barata diz que tem” (veja letra na seqüência). A graça dessa cantiga é contradizer aquilo que a personagem (a barata) diz que tem, mas não tem: “sete saias de filó / uma só, anel de formatura / casca dura” etc. O desafio dos alunos será o de criar novas situações divertidas. Pode acontecer de eles valorizarem mais o aspecto divertido, o humor, deixando de lado a rima. Não há problema. Em outra ocasião, essa produção poderá ser retomada e a questão da rima ser colocada como desafio. Organize um mural ou varal com as versões que os alunos criarem, convidando os alunos das outras salas para se divertirem com essa produção. 

UMA NOVA VERSÃO PARA TEXTO CONHECIDO TÍTULO: 

A CANOA VIROU 

 A CANOA VIROU 
POR DEIXÁ-LA VIRAR 
FOI POR CAUSA DA (?) 
QUE NÃO SOUBE REMAR 
SE EU FOSSE UM PEIXINHO 
E SOUBESSE NADAR TIRAVA A (?) 
DO FUNDO DO MAR 


OUTRAS CANTIGAS 


TÍTULOEU ERA ASSIM

QUANDO EU ERA NENÊ,
NENÊ, NENÊ,
EU ERA ASSIM
EU ERA ASSIM
QUANDO EU ERA MENINA,
MENINA, MENINA,
EU ERA ASSIM
EU ERA ASSIM
QUANDO EU ERA MOCINHA,
MOCINHA, MOCINHA,
EU ERA ASSIM
EU ERA ASSIM
QUANDO EU ERA CASADA,
CASADA, CASADA,
EU ERA ASSIM
EU ERA ASSIM
QUANDO EU ERA MAMÃE,
MAMÃE, MAMÃE,
EU ERA ASSIM
EU ERA ASSIM



TÍTULO: A BARATA DIZ QUE TEM

A BARATA DIZ QUE TEM
SETE SAIAS DE FILÓ
É MENTIRA DA BARATA
ELA TEM É UMA SÓ
AH AHA AHA
OH OH OH
ELA TEM É UMA SÓ
A BARATA DIZ QUE TEM
UM ANEL DE FORMATURA
É MENTIRA DA BARATA
ELA TEM É CASCA DURA
AH AHA AHA
OH OH OH
ELA TEM É CASCA DURA
A BARATA DIZ QUE TEM
UMA CAMA DE MARFIM
É MENTIRA DA BARATA
ELA TEM É DE CAPIM
AH AHA AHA
OH OH OH
ELA TEM É DE CAPIM
Versão extraída do site: www.carnaxe.com.br

TÍTULO: A BARATINHA

A BARATA DIZ QUE TEM
SETE SAIAS DE FILÓ
É MENTIRA DA BARATA
ELA TEM É UMA SÓ
AH AHA AHA
OH OH OH
ELA TEM É UMA SÓ
A BARATA DIZ QUE TEM
CARRO, MOTO E AVIÃO
É MENTIRA DA BARATA
ELA TEM É CAMINHÃO
AH AHA AHA
OH OH OH
ELA TEM É CAMINHÃO
A BARATA DIZ QUE COME
FRANGO, ARROZ E FEIJÃO
É MENTIRA DA BARATA
ELA COME É MACARRÃO
AH AHA AHA
OH OH OH
ELA COME É MACARRÃO

Versão extraída do livro Quem canta seus males espanta, volume 1, publicado pela Editora Caramelo.

Fonte: diariodeumeducadorbaiano.blogspot.com.b

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