O “pesar” e o “deboche”: posturas opostas em relação à comemoração do Dia de Finados.
Ultimamente, a questão da diversidade cultural vem sendo um tema cada vez mais explorado nos textos e atividades ligadas à compreensão das Ciências Humanas. O tema, mesmo parecendo de grande complexidade, pode ser abordado nas séries iniciais com o uso de situações cotidianas onde a diferença entre as culturas pode ser percebida por meio da comparação entre manifestações envolvendo uma mesma questão em sociedades distintas.
A comemoração do Dia de Finados, por exemplo, estabelece uma interessante reflexão sobre como povos de diferentes regiões concebem a questão da morte. Inicialmente, a turma pode realizar uma atividade onde cada um dos alunos comenta em um pequeno texto como a sua família costuma comemorar a data celebrada no dia dois de novembro. Por meio deste pequeno relato, o professor formula uma breve lista das sensações e comportamentos ligados a tal celebração.
Depois disso, recomenda-se a preparação de um breve texto relatando sobre de que maneira os mexicanos comemoram essa mesma data. Mesmo o México sendo um país que partilha de algumas semelhanças culturais com o Brasil, podemos vislumbrar nesse caso formas de reação à morte visivelmente distintas daquelas oferecidas pelo relato dos alunos. Na verdade, a homenagem feita aos mortos mexicanos passa longe da resignação e do pesar que marcam as comemorações brasileiras.
Para que essa distinção possa ser trabalhada, o professor pode oferecer algum texto em que o dia de Finados mexicano seja explicado com maiores detalhes. Nesse material a ser trabalho, é de fundamental importância salientar a preocupação dos mexicanos em “zombar da morte” por meio de imagens e esculturas em papel onde a morte é ridicularizada com a reprodução de caveiras felizes que realizam ações de natureza humana.
Para que a visualização dessa diferença fique ainda mais clara, o professor pode compor uma pequena coletânea de imagens relacionadas à comemoração do “Dia de los Muertos” no México. Sem dúvida, a turma terá certo estranhamento ao constatar que a postura mexicana é completamente inversa aos hábitos que temos no momento em que lembramos dos nossos mortos. Contudo, é nesse exercício de reconhecimento da diferença que o respeito às diferenças torna-se um dado presente no processo de aprendizado do aluno.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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