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Refletindo sobre a Dimensão Estruturante das Tecnologias na Educação



Podemos analisar o uso da tecnologia sob duas perspectivas: uma que a entende como instrumento para agilizar processos já existentes e outra que a percebe como fundamento para a estruturação de novos processos.
Daí recorre a necessidade de uma reflexão mais aprofundada de como a tecnologia está presente na escola.
Segundo Alves(1998), as experiências pedagógicas com os softweres, na década de 90, na maioria das vezes estavam desarticuladas do projeto pedagógico da escola, se apresentando de forma isolada, limitando esses softweres a livros eletrônicos classificados como tutoriais e ou "exercício prática".
Ainda segundo Alves, as concepções de educação implícitas nestes softweres seguem uma perspectiva tradicional (behaviorista) em que a aprendizagem é vista como mudança de comportamento frente ao bombardeio de informações que não possibilitam a construção de conceitos por parte dos alunos.
Esses recursos multimídia apesar de apresentarem uma vasta diversidade ainda hoje no que se refere a construção de conceitos e interatividade são extremamente pobres e reducionistas. O aluno apenas "clica", recebe instruções e informações, procedimentos que deve seguir e conteúdos que necessita memorizar ao longo do processo, enfim, são apenas livros animados onde a hipertextualidade não existe.
De acordo com Pretto(1999), as tecnologias não são ferramentas, não são auxiliares e nem têm a função de animar a escola. Elas são essenciais para a nova forma de pensar e de produzir conhecimentos.
Através da interação com a máquina, do ato de experimentar, ousar, investigar o aluno constrói e reconstrói seu conhecimento. Tratamos aí do uso da tecnologia de forma estruturante.
Nessa perspectiva o processo de aprendizagem e de construção do conhecimento se dá através da interação.
É necessário a escola repensar o seu papel e possibilitar a todos os seus "atores" (coordenadores pedagógicos, professores, diretores, pais, alunos etc.) momentos de reflexão e discussão a cerca dessa nova perspectiva e consequentemente uma profunda reavaliação da sua prática pedagógica.
O uso das TIC na perspectiva instrumental não proporciona a melhora do ensino, pois assim a tecnologia serve apenas para reforçar práticas já existentes, obsoletas e ineficazes enquanto a apropriação das TIC de forma estruturante nos garantirá uma educação mais dinâmica e completa necessária a nossa realidade social.
Referências:
ALVES, Lynn Rosalina Gama. Novas Tecnologias: instrumento, ferramenta ou elementos estruturantes de um novo pensar?. Revista da FAEEBA, Salvador,p.141-152,1998
PRETTO, Nelson. O futuro da escola. Jornal do Brasil, 28-11-99.
Fonte: http://www2.ufba.br/~pretto/textos/jb281199.htm Acessado em 21-06-2010.

TEXTO CRIADO POR MIM PARA O CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIAS E NOVAS EDUCAÇÕES DA UFBA, junho de 2010 



Cris Araujo disse...
Oi Cris, gostei muito do seu texto, realmente ensinar não é transferir conhecimento e sim criar possibilidades para a sua construção, como já dizia nosso mestre Paulo Freire e você confirma isso com as palavras de nosso Professor Pretto, as tecnologias não tem a função de aninar mais sim de a de produzir conhecimento.
Abraços e até a próxima aula.

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